A saudade bateu forte hoje. Entrou em casa sem nem ao menos bater na porta.
Peguei aquelas fotos, aquelas cartas que você me mandou. Tantos risos, momentos inesquecíveis.
Saí para acalmar um pouco o coração. Pela cidade, um pedacinho seu deixado em cada canto. Na praça, nas lojinhas, no portão, na esquina, na praia. Aquela praia em que trocamos tantos carinhos e beijos. Aquela praia que foi onde fizemos juras e juras de amor eterno, onde demos tantas risadas, onde choramos tanto.
As lembranças vieram com toda a força. Seu cheiro, seu sorriso, o brilho dos seus olhos, o gosto dos seus beijos. Pude sentir a tua pele, você mexendo em meus cabelos como sempre fazia, tua respiração aquecendo meu pescoço.
Lembrei de seu toque. Arrepiei.
Quando abri os olhos, apenas o mar, a brisa e a saudade eram os meus companheiros. Você tinha ido mesmo e não pude fazer nada.
O coração apertou, o ar faltou, as lágrimas brotaram. E lá estava eu de novo, no mesmo lugar em que, naquela noite, vi você se afastando devagar, sumindo por entre a neblina.