26.9.08

Caminhos

Por mais que quisesse, não pude deixar de te ver seguindo teu caminho, sozinho. Na praia, as ondas apagam nossos passos, levando para os setes mares uma história de uma paixão arrebatadora, ou melhor, um amor pulsante. Um amor que muitos tem o privilégio de vivenciar, mas poucos sabem dar valor a ele. Com os momentos que juntos vivemos, talvez possa dizer que soubemos como valorizá-lo.
Foi triste sim, te ver partindo, com o futuro a lhe esperar na esquina. Com a vida a insistir em destinos separados, fica difícil manter a tranquilidade, e contra ela, nem o amor pode.
Mas sei que um dia a história irá voltar para as nossas mãos, demore o tempo o quanto quiser, mas um dia ela volta. Mais forte do que antes, com a saudade a apertar-nos os peitos. Com a saudade dos olhares cruzados, dos sorrisos escondidos e dos beijos demorados.
Eu sei que um dia o mar irá nos presentear, onde quer que estejamos, ele fará com que as lembranças voltem. Vai fazer que aquela música toque em nossos ouvidos de novo e o mundo volte a ser rosa. Vai fazer com que eu te procure em cada olhar que eu encontrar e que eu te veja em cada canto nosso, espalhado pela cidade.

15.9.08

Eternidade

E o mar, testemunha do nosso amor, nos recebeu com presentes: sua brisa, seu frescor a nos balançar.
A lua a iluminar-te o rosto, o tornava ainda mais único com esse seu charme.
O brilho de teus olhos me fascinava, enquanto o contorno de teu sorriso trazia-me um bem estar... uma sensação que só sinto quando estou contigo.
Teus braços enlaçavam meu corpo e era impossível resistir. Um abraço forte, quente. Podia sentir seu coração batendo descompassado junto ao meu. Meu corpo indefeso perto do teu, era proteção contra todos os males do mundo.
Enquanto tua boca convidava a minha para uma viagem destinada a um lugar que apenas nós dois conhecemos.
Com a tua voz a me soar nos ouvidos, deixei-me levar por teu encanto eterno, em direção ao céu.

11.9.08

Muito custou voltar o brilho no olhar da menina. Depois que ele fora embora o mundo deixara de ser o mesmo e a lua, as estrelas, a vida deixou de fazer efeito. As músicas já não significavam mais nada e o amor deixara de existir.
Mas um dia ele voltou. Com a força em dobro. Tirando o ar da menina que já havia esquecido aquela história há tanto e já havia se tornado mulher.
O sorriso bobo brotou de novo no rosto, agora estrelado. Viu-se mais vaidosa do que o normal e aquele olhar vazio, sem vida, triste havia finalmente ido embora.
Ao sair na rua começou a ouvir os pássaros, antes calados, cantando novamente. E as flores continham novas cores que a encantavam.
Naquele dia, em que ela re-descobrira a razão de viver, caiu uma leve, porém intensa, chuva de verão. Lavando a alma, a menina viu, depois de tanto tempo que passara desde que ele se fora, o arco-íris que ambos haviam pintado em uma certa tarde, perdidos um no colorido dos olhos, na sinceridade dos sorrisos, na pureza do sentimentos do outro.
A então mulher, voltou a ser menina, sentou na areia da praia e começou a cantarolar aquela música, e ela sabia, de alguma forma, que ele podia ouvi-la apesar da distância e do tempo.
Ela sabia, de alguma forma, que aquele amor não havia terminado, aliás, mal havia começado.

9.9.08

Dia-a-dia

Ando revivendo muito tempos que foram e que ainda irão.
Talvez por querer resistir a mim mesma ou simplesmente por não ter o que fazer.
Ou ainda, talvez por achar bonito e romântico chorar em baixo do cobertor, abraçando o travesseiro e lendo textos e textos.
É o medo da ansiosidade pelo medo. É só por não querer pensar no amanhã, tentando adivinhar o que vai acontecer.
São contradições do meu dia-a-dia.
Porque no final das contas, todo mundo acaba sendo um pouco masoquista.