29.6.08

Vontades

É só vontade de ligar o som no último volume e ignorar tudo e todos a minha volta.
É só vontade de deixar meu silêncio desabafar e gritar um pouco.
Libertar alguns pensamentos.
Ser sincera.
Minha necessidade.

28.6.08

Reencontro (segunda parte)

Rodrigo chegou em casa e ficou pensando no convite que Laura havia feito. Ficou pensando na galera toda reunida no bar. Aquela galera que não via há tanto tempo. Será que eles o receberia bem?
Rodrigo foi embora pois seu pai havia brigado com quase todos dali. Ele brigou com sua família, disse que ia ficar ali, mas não deu em nada. Ele não queria se separar de todos do shopping, e principalmente, da menina que ele mais amava na vida. Ele ainda se lembrava do dia em que se despediu de Laura. O céu estava nublado, os dois estavam nublados. Choro.
De qualquer jeito, ele teve que ir e fazia anos que não voltava para aquela cidade. Aquela viagem já trazia muitas lembranças, ainda mais com o reencontro com Laura, naquela tarde. Céus! Como ela estava linda! O mesmo sorriso inocente, aqueles olhos brilhantes e agora com aquele corpo formado.
Parou um pouco. Estava mesmo pensando nisso? Ele resolveu ir ao bar, não tinha nada a perder.
Se arrumou. Foi.
-*-
Laura ficou pensativa depois do encontro com Rodrigo naquela tarde. Enquanto se arrumava, ia lembrando. Lembrando do dia em que se conheceram, dos apelidos engraçados, das borboleta
no estômago, do primeiro beijo deles, do dia em que ele a pediu em namoro, do dia em que se despediram.
Só ela sabia o quanto havia sofrido por causa disso. Rodrigo era o único menino por quem havia realmente se interessado, e foi o único que realmente se interessou por ela. Um dos meninos mais bonitos do colegio, popular, educado, inteligente... mesmo sendo alguns anos mais velho que ela. Ele era perfeito! Tá, era não, é. Continuava com aquele mesmo rosto, sorriso, olhos por quem se apaixonou... aquele charme, aquele jeito.
O telefone tocou, Laura acordou da "viagem". No fundo, no fundo, estava torcendo para que fosse Rodrigo ligando, mas era Amanda, sua melhor amiga, perguntando que horas que ela ia para o bar. Depois de desligar o telefone, deu os toques finais e saiu. Saiu se perguntando se ainda era possível aquela paixão adolescente existir.
-*-
Oito horas. Bar cheio. Festa. Amigos. Laura estava toda maquiada, com um vestido básico mas super elegante. Chamava atenção por onde passava. Rodrigo chegou reconhecendo o lugar, procurando por Laura.
- Caramba! Olha quem tá aqui! - alguém gritou em um tom de surpresa.
Todos viram que Rodrigo estava por ali, e já foram comprimentá-lo. Todos querendo saber o que ele havia feito e o que estava fazendo da vida, enfim, matando as saudades.
- Ai-meu-Deus! Aquele deus grego é o Rodrigo?! - disse Amanda "babando".
- É, é ele sim. - respondeu Laura, tentando disfarçar a frustação ou a felicidade.
- U-A-U!
- Eu o encontrei hoje a tarde no shopping.
Amanda conhecia bem Laura. Aliás, oito anos de amizade é pra conhecer mesmo!
Amanda sabia o que havia acontecido entre os dois, era sempre a primeira a saber de tudo, e sempre apoiou aquele romance. Depois que Rodrigo foi embora, Amanda passava dias consolando Laura. Ela sabia bem que a amiga não estava se sentindo muito confortável com a presença de Rodrigo, mas mesmo assim, sabia que tinha muito mais por vir.
- Aí está a aniversariante! - Rodrigo veio animado para comprimentar Laura.
- Rodrigo! Que saudades!
- Parabéns, Amandinha! Mais um ano, hein?
- Mais um ano...
- Oi Laura - Rodrigo a viu atrás de Amanda, o coração estava mesmo disparado?
- Oi.
Aquele silêncio estava prestes a voltar. Não chegava a ser um silêncio muito incômodo, mas era aquele silêncio isso já existiu, sabe?
- Aê galera! Vamos comemorar! - gritou Amanda.
Fez-se festa.
A noite passou. Os dois quietos, se divertindo, talvez um apreciando a presença do outro.
Duas horas da manhã. Mais do que na hora de voltar pra casa. Laura morava ali por perto, mas voltar sozinha a pé era meio complicado.
- Eu te dou uma carona, quer? - Rodrigo ofereceu.
- Ah... bem... se não for incomodar...
- Que nada! Tudo bem!
Se despediram dos amigos e já haviam marcado outro encontro para o dia seguinte.
Laura entrou no carro. Rodrigo ligou o rádio:
"E agora para os apaixonados de plantão, uma música para deixar saudades..."
Era a trilha deles. Aquela letra de música que cantavam até de boca fechada. Ainda se lembravam da letra, mas ficaram quietos.
- Bons tempos aqueles, não? - Rodrigo finalmente quebrou aquele silêncio.
- É...
Laura estava sem saber o que falar. Depois de tanto tempo, será que ainda sentia algo por Rodrigo? Depois de tantos namorados que teve, ele ainda conseguia mexer com ela?
- Chegamos.
- Ah obrigada! Boa noite...
- Boa noite!
Ela estava abrindo a porta:
- Laura!
- Sim!
- Vai amanhã no bar?
- Provavelmente, por que?
- Nada, só queria saber... Enfim, boa noite!
Ela soltou um leve sorriso e entrou. A noite dos dois estava garantida.

25.6.08

Uma conversa no telefone

- É, queria mesmo falar contigo. Sabe bem o quanto você é importante pra mim, não? É essencial para o bom decorrer do meu dia, mas ando discordando muito de ti ultimamente. Liguei para nos entendermos. O assunto principal é ele. É, ele mesmo! Você sabe muito bem o quanto me desespero para vê-lo. Tem que demorar tanto assim para chegar na hora? O que custa andar um pouquinho mais rápido? As pilhas são para que? E esses seus servos? Tá, tá. Até posso te perdoar por isso, mas por que você insiste em ir tão rápido quando ele chega? Não pode enrolar um pouco? Poxa vida, amigo! Te respeito tanto! Chego no horário em todos os meus compromissos, e se chego atrasada, não é porque eu quero. Você sabe bem disso!
Silêncio.
- Aham, eu sei! Mas por que ir tão depressa? Francamente, quando você quer, você passa devagar que eu sei! Não pode fazer um favor para a sua grande amiga? Caramba!
Você nunca se apaixonou? Nunca quis ficar mais perto de alguém? Nunca quis segurar uma pessoa para que ela não fosse embora?
Silêncio.
- Nem vem com esse papo de que tudo tem seu tempo! Você não tem nenhuma moral pra falar disso! Poxa vida, amigo! Estou gastando uma baita grana contigo, essas ligações não são baratas, sabia? E outra: estou implorando para você me atender! O que custa, hein? O que custa ir mais rápido quando estou a espera dele? O que custa ir mais devagar quando estou com ele? É uma questão de ajuste, entende? Vamos! Qual é?
Silêncio.
- Já vi que não vai ter jeito mesmo, né? Quando você quiser alguma coisa...
Silêncio.
-Claro! Você também vai querer algo! Você um dia vai se apaixonar! Pode ter certeza! Você um dia, também vai querer ficar só perto daquela pessoa, sem se importar com mais nada. Exatamente nada! Você também vai fazer de tudo para ficar mais tempo perto dela, para vê-la sorrindo, respirando. Você também vai querer apenas dormir com aquele cheiro. Você também vai ficar sonhando acordado, lembrando das brincadeiras e das conversas, soltando aqueles sorrisinhos bobos. Você, uma dia, vai amar alguém, e você vai descobrir a dor, a saudade daquela pessoa. Você vai descobrir o que os 'frescos', como você diz, sentem quando há muitos não vêem seus amores e suas razões pela qual se levantam toda manhã. Um dia você ainda descobre, Tempo. Um dia você descobre...
Seu cheiro, que eu tanto gosto, está gravado em mim.
Um cheiro que não conheço igual.
Só seu. Como o meu coração.

24.6.08

E que a música volte a tocar no meio desse silêncio que tanto me assusta! A música que só o amor é capaz de tocar!

23.6.08

Ela está mais do que realizada. Tudo está virando verdade.

18.6.08

palavras

"Quando acordo de madrugada, fico feliz por saber que falta pouco tempo para eu acordar, e ir encontrar com você; olhar em seus olhos me faz sentir a paz desejada e cobiçada por cada pessoa do mundo; a sensação de ser enrolada por seus braços, me traz um calor que todos queriam ter para se aquecer da solidão ; tocar os seus lábios com os meus me faz voar como nenhum passarinho nunca voou..."
Thaís

15.6.08

Reencontro (primeira parte)

Laura estava escolhendo alguma coisa qualquer em uma loja qualquer.
- Laura?!
Laura olhou para trás.
- Rodrigo?! Nossa! A quanto tempo!
- É...
Laura. Rodrigo. Primeiro amor. Dois adolescentes que se amaram como nunca, mas um dia, isso acabou. Quando Rodrigo ao fazer 16 anos de idade, teve que sair da cidade. Depois disso, a comunicação foi ficando mais difícil, até que pararam de se falar.
- E o que está fazendo por aqui? - Laura finalmente quebrou o silêncio.
- Ah, vim só para ver meus tios, mesmo.
- Ah...
- E uau! Você está linda, sabia?
Laura, ficou meio sem jeito.
- Obrigada! Você também não está nada mal!
- Bem, você está ocupada?
- Não, por que?
- Quer tomar um café, um refrigerante...?
- Ah, tudo bem!
Entraram em uma cafeteria que tinha ali por perto, sentaram, fizeram seus pedidos.
- E o que tem feito da vida?
- Estou no último ano de engenharia.
- Ah que bom!
- E você?
- Estou fazendo minha faculdade de direito. Ainda quero ser juíza.
- Ah sim...
- E seus pais, como estão?
- Estão ótimos! E a Dona Lúcia e o Seu Marcos? Como estão?
- Bem, bem... só com alguns problemas de saúde básicos, mas estão bem.
O silêncio voltou, trazendo as velhas lembranças. Rodrigo viu no dedo de Laura um anel. Ficou observando.
- Não, não estou namorando, nem casada, nem noiva.
E ela ainda o conhecia perfeitamente. Era incrível como não haviam mudado quase nada.
- Ah, me desculpe...
- Não, que nada! Todos perguntam. Esse anel eu ganhei de aniversário de uma amiga.
- Uhn...
- E você? Casou-se com certeza, não?
- Eu? Não, não. Tive um namoro recente, mas acabou não dando certo.
Silêncio. O celular dela tocou. Atendeu, disse algo rápido.
- Ah droga! Poxa, tenho que ir. Estão precisando de mim lá no trampo.
- Claro.
- Bem, foi um prazer reencontrá-lo!
- Igualmente!
Quando estava prestes a ir embora, Laura se lembrou:
- Rodrigo...
- Sim!
- Vai ficar quanto tempo por aqui?
- Talvez uma, duas semanas.
- Uhn... Estará ocupado hoje a noite?
Rodrigo se assustou. Laura iria chamá-lo para sair?!
- Não.
- Perfeito! A galera vai adorar te ver! Hoje é o aniversário da Amanda, lembra-se dela?
- Claro!
- Então... vamos fazer uma festa lá no Bar da Esquina. Se quiser aparecer por lá!
- Ah sim...
- Aqui está meu telefone se precisar de alguma coisa. Até mais!
- Até, Laura.
Ela saiu andando, ele continuou lá, segurando o papel. Ambos relembrando aquele amor que um dia existiu. Voltaram para casa com um sorriso meio escondido no rosto. Aliás, é sempre bom quando reencontramos alguém importante na nossa vida que não víamos há anos. Mas será que não havia algo mais por detrás daqueles sorrisos?
-*- É, acabei me empolgando. Enfim, logo, as próximas partes ;D

7.6.08

Músicas, eu, você

Resolvi procurar por umas músicas do Chico Buarque, sabe? E achei aquelas músicas, daquele sábado. A música em que nos olhamos querendo rir, a música em que queria tanto ter pego na sua mão, a música que demos risada, a música... as músicas. Aquelas músicas.
Músicas que dizem tudo o que meu coração não tem coragem de te falar. Aquelas músicas, aquelas histórias, aqueles momentos. Aqueles momentos tão perfeitos, onde estar ao seu lado, era o que eu mais desejava. E agora, ouvindo essas músicas, me lembro de você e me dá um aperto no peito. Saudade. Mas a saudade mais bonita que eu conheço. Saudade de ter por perto, ouvir tua respiração, te sentir do meu lado, sua mão junto a minha, seu calor... É tão bom. Um sonho, de tão perfeito.
Você se tornou essencial pra mim, sim. Não conseguiria imaginar minha vida sem você. E você entrou nela de paraquedas. Inesperado. Aí, comecei o post falando de música, e já estou falando dos nossos (des)encontros. Cada (des)encontro desse, marcado por uma música, mesmo sendo "Créu Árabe"! Música, eu, você, tudo, nada.
Eu te amo!
Hoje, vi aquelas fotos daquela garotinha que gostava de rosa e judiava dos cachorros.
Aquela garotinha que achava que a vida era so brincar de panelinha ou de Barbie.
Aquela garotinha que amava raspar a tigela de bolo, de tomar a laranjada do Vô e de ficar horas costurando com a Vó.
Aquela garotinha que adorava ficar brincando no jardim. Fazendo chá de Boldo, sem nem saber pra que, só por diversão.
Aquela garotinha que dançava "É o Tchan!" e "Na boquinha da garrafa" quando ainda usava fraldas.
Aquela garotinha que chorou, riu, esperneou, fez manha, errou, acertou, aprendeu, cresceu.
E hoje, ela tá aí. Cheia de amigos, apaixonada, numa escola nova, com uma família maravilhosa, morando em frente ao mar. Ela está vivendo, independente das dificuldades. Ela está errando como nunca, mas acertando também, e melhor ainda, aprendendo. Essa garotinha, agora crescida, acredita ainda mais na força da vida e no que ela é capaz (e no que ela não é também). Mas essa garotinha agora crescida, ainda guarda dentro de si, aquela garotinha pequenina e frágil, até mais do que devia.