25.6.08

Uma conversa no telefone

- É, queria mesmo falar contigo. Sabe bem o quanto você é importante pra mim, não? É essencial para o bom decorrer do meu dia, mas ando discordando muito de ti ultimamente. Liguei para nos entendermos. O assunto principal é ele. É, ele mesmo! Você sabe muito bem o quanto me desespero para vê-lo. Tem que demorar tanto assim para chegar na hora? O que custa andar um pouquinho mais rápido? As pilhas são para que? E esses seus servos? Tá, tá. Até posso te perdoar por isso, mas por que você insiste em ir tão rápido quando ele chega? Não pode enrolar um pouco? Poxa vida, amigo! Te respeito tanto! Chego no horário em todos os meus compromissos, e se chego atrasada, não é porque eu quero. Você sabe bem disso!
Silêncio.
- Aham, eu sei! Mas por que ir tão depressa? Francamente, quando você quer, você passa devagar que eu sei! Não pode fazer um favor para a sua grande amiga? Caramba!
Você nunca se apaixonou? Nunca quis ficar mais perto de alguém? Nunca quis segurar uma pessoa para que ela não fosse embora?
Silêncio.
- Nem vem com esse papo de que tudo tem seu tempo! Você não tem nenhuma moral pra falar disso! Poxa vida, amigo! Estou gastando uma baita grana contigo, essas ligações não são baratas, sabia? E outra: estou implorando para você me atender! O que custa, hein? O que custa ir mais rápido quando estou a espera dele? O que custa ir mais devagar quando estou com ele? É uma questão de ajuste, entende? Vamos! Qual é?
Silêncio.
- Já vi que não vai ter jeito mesmo, né? Quando você quiser alguma coisa...
Silêncio.
-Claro! Você também vai querer algo! Você um dia vai se apaixonar! Pode ter certeza! Você um dia, também vai querer ficar só perto daquela pessoa, sem se importar com mais nada. Exatamente nada! Você também vai fazer de tudo para ficar mais tempo perto dela, para vê-la sorrindo, respirando. Você também vai querer apenas dormir com aquele cheiro. Você também vai ficar sonhando acordado, lembrando das brincadeiras e das conversas, soltando aqueles sorrisinhos bobos. Você, uma dia, vai amar alguém, e você vai descobrir a dor, a saudade daquela pessoa. Você vai descobrir o que os 'frescos', como você diz, sentem quando há muitos não vêem seus amores e suas razões pela qual se levantam toda manhã. Um dia você ainda descobre, Tempo. Um dia você descobre...

Um comentário:

Teresa disse...

que conversa, hein! hehehehe

de certa forma, produtiva!

=*