7.5.08

Sonho

Coloquei aquela música que dançamos no mais profundo silêncio para tocar... doce melodia.
Peguei aqueles pedacinhos que haviam caído do céu azul e os coloquei no seu devido lugar.
Reguei as flores falantes e ainda ouvi as lamentações das margaridas dramáticas, as histórias das intensas paixões das rosas e os relatos das festas que o lírio visitou.
Conversei com o bem-te-vi, cantei com o sábia, mas ele me mandou ensaiar mais um pouco.
Tive uma aula sobre filosofia com a coruja, acalmei a Maria-do-Barro, que havia brigado com o seu marido: João-do-Barro.
No final da tarde, peguei uma carona com uma tartaruga que passava por ali.
Chegando em casa, aproveitei para recarregar um pouco as nuvens, e estas me presentearam com uma garoa de verão.
Repintei as cores desbotadas do arco-íris, tracei com uma canetinha azul a nova linha do horizonte, rabisquei com uma canetinha laranja o reflexo do sol no mar.
Coloquei o sol para dormir, acordei a lua e acendi as estrelas.
Deitei na grama verde recém-pintada e fiquei ali, admirando as estrelas (cá entre nós, acho que são todas leoninas!) e lembrando de nossas risadas.
Saudades.

5.5.08

Desabafos de uma adolescente em crise

Aquele sermão? Apenas escutei, não ouvi. Não irei lhe explicar todos os casos da minha pequena e insignificante existência. Se tudo será para o bem ou não servirá para porcaria nenhuma, que se dane! Não quero pensar nisso agora, quero viver o hoje. Se você não sabe o que é isso, lamento.
"Você já devia saber. Você o conhece, você o entende". Não, eu não o conheço. É, mas eu o entendo. Como isso?
Alguns dizem que sou igual a ele. Quero continuar me enganando que não. Manias não definem minha verdadeira personalidade, meu verdadeiro eu. Poucos conhecem meu(s) verdadeiro(s) eu(s) e acredite, são aqueles que você nem imagina!
"Continuo a acreditar naquilo que eu criei". Nem eu acredito. Nem eu acredito nas coisas idiotas e ridículas, vistas pelo seu ponto de vista, que eu sinto ou faço.
Você não sabe o que sinto. Você não sabe das minhas lágrimas e risos escondidos no banheiro, onde as palavras saem sem ninguém entender nada, apenas eu, Ele. Você não sabe todos os meus segredos, pra falar a verdade, nem eu sei.
Eu confiei e confio em você, mas agora, em uma medida muito menor. Cada vez mais, você prova a sua falta de confiança em mim, olhando o que eu faço, medindo o que eu digo, me seguindo, me intimidando com esse olhar.
Às vezes me perguntou se sou alguém tão difícil de lidar. Alguém rebelde, que só quer saber de farra e mais nada. Seja sincero comigo, sou mesmo assim? Sou?

4.5.08

Vômito

Vômito de palavras, de verdades.
Coisas que não devem ser ditas.
Ou, que não deviam ser ditas.
Com licença, preciso vomitar.

Burrice

Eu sou de antecipar muito as coisas que "irão" acontecer, e muitas das vezes, essas "coisas" não acontecem, e acabo me decepcionando.
Me decepcionando por apostar, por me jogar de cabeça nessa possibilidade, e no final, perceber que tudo aquilo não passou de uma simples ilusão.
Não. Eu não sei o que é sonhar com os pés no chão.
Tonta? Talvez...
Confio demais nos outros, esperando deles, cada vez mais, coisas que não podem realizar.
Talvez eu precise sair desse mundinho de Conto de Fadas, mas não consigo.
Quantas vezes a realidade já me fez quebrar a cara por causa disso? E não aprendo. Não!
Por mais que eu tente colocar nessa cabecinha de vento que Contos de Fadas não existem, me convenço que "meu mundo" é melhor do que "este mundo", e me fecho de novo.
Não é por mal, nem por inocência. É por burrice.